Você já deve ter visto ou ouvido algo sobre iniciação esportiva para crianças, seja através uma escolinha de futebol ou numa atividade esportiva oferecida no clube em que é sócio, não é mesmo?
Mas você tem consciência que nem todas são capacitadas ou oferecem a você ou ao seu filho(a) algo realmente de qualidade? Então, fique atento!
Quero aqui passar algumas orientações sobre o assunto. Vou me focar nas crianças e adolescentes, que buscam o esporte como um lazer, uma atividade prazerosa e, até mesmo, como um sonho de se tornar um atleta de alta performance.
Independente da modalidade esportiva escolhida, é muito importante conhecer a estrutura e os profissionais que serão os professores dessa criança.

Variando de modalidade a modalidade, a iniciação pode se dar logo nos primeiros anos da infância. Por isso, estar bem próximo e acompanhando cada passo se faz necessário. Antes mesmo de visar a criação de um atleta, deve-se priorizar a formação do ser humano, ensinando noções de disciplina, respeito e senso de coletividade. E que todos esses conceitos sejam trabalhados com o prazer da prática esportiva.
Alguns pais acabam projetando em seus filhos suas frustrações passadas com o esporte, o que, muitas vezes, gera um exagerado senso de cobrança de performance. Essa é uma armadilha perigosa e desmotivante com as crianças! Jamais devemos obrigá-las a lidar com a pressão por resultados de forma muito precoce.
Aliás, ao longo da minha vida esportiva, testemunhei muitos desses casos que, inclusive, fizeram com que bons talentos desistissem pelo caminho.
Acho que meu exemplo de iniciação foi positivo.

Meus primeiros contatos com o esporte, assim como muitos da minha geração, foi no futebol de rua. Lembro-me que usávamos chinelos como traves e as “peladas” na rua eram disputadas com os pés descalços. Sim, descalços! O que me causou várias feridas nas pontas dos dedos.
Já na idade escolar, tive o privilégio de usufruir de uma estrutura maravilhosa no SESI 409, em Jundiaí.
Lá fui apresentado a várias modalidades. Essa experiência contribuiu essencialmente na minha formação como atleta de alta performance, fazendo-me desenvolver habilidades múltiplas. Afinal, pratiquei o atletismo, a natação, a ginástica de solo, o handebol, o basquete e o futebol de salão. Essa, certamente, foi uma rica colaboração para a minha vida esportiva.
Se você imagina que seu filho(a) poderá ser um(a) atleta de futebol, por exemplo, gere a oportunidade de conhecer o vôlei ou a natação, por exemplo.. Essas modalidades lhe desenvolverão muitas habilidades ou poderão contribuir para a descoberta de outras aptidões esportivas.
Quando for inscrevê-lo(a) numa escolinha de esportes, procure conhecer bem a estrutura. Veja se é adequada e segura. Verifique se os professores são capacitados e se tem uma metodologia. Existem por aí muitas escolinhas, mas nem todas tem qualidade.
E lembre-se: ser um esportista hoje, não lhe garantirá ser um craque amanhã. Contudo, é garantido que terá um bom desenvolvimento físico, comportamental e até mesmo intelectual, com alguma excelência na formação humana.

Apenas tome cuidado com as escolinhas que só se preocupam em “vender” a idéia da formação de craques.
Existem habilidades, cientificamente comprovadas, que podem ser aprimoradas com treinamentos, mas nada substitui o talento nato do ser humano. Há limites para cada indivíduo.
Então, não crie falsas expectativas! Curta e deixe seu filho – ou filha -praticar suas habilidades de forma prazerosa.
Afinal, o esporte é maravilhoso!