Vivemos uma nova fase onde o peso do amor deixou as relações mais frágeis.
Se antes o casamento era mantido pelo “O que Deus uniu o homem não separa”, a dependência financeira da mulher, a sociedade e filhos, hoje o que mantém uma relação se não o amor?
Essa estrutura antiga do casamento “até que a morte nos separe” foi romantizada há poucos séculos e, a expressão se casar por interesse” caiu de moda e ninguém ousa mais casar a não ser por amor. Não que nossos pais e avós desconhecessem o significado desse sentimento, mas o que mantinha a união era algo longe disso.
Se por um lado as relações atualmente são mais honestas, por outro acabaram por serem mais líquidas e condenadas ao fracasso.
Tem que amar, tem que ter sexo, tem que viajar, tem que admirar, tem que ter uma porção de felicidades e sobra pouco espaço para lidar com os dias ruins.
Nada hoje em dia é motivo para segurar uma relação que não anda bem, o mundo lá fora está cheio de gente feliz nas redes sociais, aplicativos na palma da mão com inúmeras possibilidades sem sair de casa, e para que ficar enfiado num casamento onde nada é mais motivo para viver de aparências?
E qual o preço dessa liberdade? Estamos mais felizes ou mais sozinhos?
Ouvi uma vez uma frase que me marcou muito: “Se for casar, escolha alguém com quem você goste de conversar”.
Talvez esse seja o segredo das relações antigas serem mais duradouras. Passamos a ser mais imediatistas, egoístas, intolerantes e, como um sapato a gente vai lá e troca.
O amor tem que ser mais simples, mais paciente, e esperar que seus olhos ainda mudem de cor mesmo acordando ao lado da mesma pessoa depois de tantos anos.