Eis que, em tempos de pandemia, dilemas se constroem e carreiras, aos vastos pontos de vista, se corroem.
O Itaú lançou um edital a fim de auxiliar artistas em época de pandemia. Artistas que estão sem palco, sem cachê, sem couvert artístico e sem perspectiva.
Artistas estes mesmos que competem, claro, em níveis diferentes, com outros mesmos, do alto escalão, que recebem direitos autorais de músicas que tocam nos mais diversos veículos de mídia. Para estes, o dinheiro “pinga”, para aqueles, nem dinheiro de “pinga”!
Entre os selecionados para o “mecenato” do Itaú, estavam Zélia Duncan e Jards Macalé. A primeira não precisa de descrição, artista consagrada e estabelecida como um dos grandes nomes de nossa MPB, Jards, que também foi criticado, esqueci de mencionar este fato sobre Zélia, passeia pelo mundo das obras executadas por grandes intérpretes, portanto, está entre os que sobrevivem, creio eu.

A questão é mais profunda e delicada que a da Lei Rouanet, que, muito criticada por opositores, contempla artistas renomados e consagrados, em tempos de vaca gordas.
Em tempo de vacas definhando, por motivos óbvios, seria justo destinar esta verba a artistas consagrados?
O buraco não tem lugar certo.
Os famosos têm equipes que trabalham arduamente e precisam manter suas famílias. Estão parados também, porque, todo artista tem um background imenso! Desde roadies a assessores de marketing, técnicos de som e luz, figurinistas, maquiadores. O mundo dos espetáculos é imenso!
É uma discussão complexa e delicada.
Deixo a reflexão a cada um de vocês, certo ou errado?